terça-feira, 22 de março de 2011

Ninho

Uma das lembranças que trago comigo da infância é a da minha mãe vindo ao meu quarto antes de dormir. Eu já dormindo mas ainda em estado de vigília, percebia a presença dela sem me mexer. Ela passava a mão pelos meus cabelos, às vezes me dava um beijo e, invariavelmente, cobria meu braço com o lençol. Como que me protegendo. Eu gostava daquilo. Daquela visita, daqueles carinhos. E, por isso, esperava ela sair do quarto para colocar meu bracinho para fora do lençol novamente, do jeito que eu gostava de dormir.
Hoje em dia vou toda noite ao quarto dos meus filhos antes de dormir. Observo eles dormindo, me enterneço com a sua entrega ao sono, com a sua vulnerabilidade. Beijos os dois, cheiro os dois e cubro os dois como minha mãe fazia comigo.

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